Duas variantes do índice, desenvolvidas pela WTT em parceria com aliados da sociedade civil, estão em uso nos programas “Aliança Água Mais Acesso” e “Cidades Resilientes”
Medir e analisar a qualidade da água é uma tarefa complexa. Diferentes contextos socioculturais trazem consigo visões distintas sobre o que significa um fornecimento seguro. Para isso, a World-Transforming Technologies desenvolveu dois Índices de Qualidade da Água (IQA), metodologia que promove o monitoramento simplificado de características da água e permite a participação de múltiplas partes interessadas nessa análise.
QAs podem ser realizados por iniciativa da sociedade civil, de maneira complementar ao trabalho de governos, reguladores e empresas de fornecimento. Até o momento, o método IQA foi adotado em dois contextos distintos da WTT, no programa Cidades Resilientes e no projeto Aliança Água Mais Acesso, se mostrando uma metodologia eficiente e versátil, com respostas bastante positivas em ambos os casos.
Para a implementação do IQA em comunidades rurais do Brasil, no âmbito da Aliança Água+ Acesso, foi construído um índice para água tratada. Para esse contexto, o índice foi adaptado à realidade de escassez de insumos de testagem, distância de grandes laboratórios e baixa capacidade técnica e financeira. Além das próprias comunidades, representantes de autoridades de saúde e saneamento básico participaram desse processo de construção. A partir da escolha de parâmetros prioritários para monitoramento, e com a possibilidade de utilização de kits de baixo custo, as próprias comunidades rurais podem iniciar localmente o ciclo da gestão hídrica ao tomar conhecimento, de maneira ágil, da situação e da evolução da qualidade da água para consumo humano, identificando por meio do índice a qual distância cada comunidadese encontra dos padrões da portaria de potabilidade.
Já no contexto da sistematização de programas de inovação orientados à resiliência de sociedades urbanas na América Latina, um IQA é usado para estimar impactos de empreendimentos criados especialmente para endereçar riscos hídricos. No caso de um projeto de apoio à agricultura ecológica nas chinampas da Cidade do México, cada usuário do simulador de impactos sistêmicos em resiliência pode testar suas próprias premissas a respeito da água que sai da estação de tratamento mais próxima, além da água da chuva, da água jogada nos canais após uso doméstico, da agricultura tradicional e da agricultura ecológica apoiada pelo projeto. Em Salvador, o usuário pode testar premissas a respeito do sucesso de um empreendimento que vem instalando biofiltros na cidade, com consequências importantes para o setor de turismo, que depende da balneabilidade das praias.
Em ambos os casos, o que se busca é apoiar a potabilidade para consumo humano, bem como cooperar com gestores públicos para aumentar a eficácia das políticas que dizem respeito à qualidade da água, seja por meio de novas tecnologias, controle social, incidência da sociedade em políticas públicas ou programas de inovação orientados à resiliência. A agilidade do IQA serve a esse propósito, tanto para fins de medição quanto para fins de estimativa e tomada de decisão sobre tecnologias de tratamento. Esse espírito colaborativo está no coração do trabalho realizado pela WTT.